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O Zarolho

20 maio 2005

Tortura Urbana

No outro dia tive que andar de elevador. Num daqueles modernos que falam espanhol e tudo.
Carreguei na seta para cima para ir para o terceiro andar. A distância era pouca e até podia ter ido a pé, mas isso é coisa para quem tem bons ossos.

Depois de dois minutos a olhar para uma porta, esta finalmente abriu. Estava cheio.
Mais uns minutos depois abriram-se novamente as portas, mas desta vez uma voz de casa banho do tipo “tá gente” informou-me que o elevador ia descer. Entretanto ia-se amontoando um número de pessoas considerável, capaz de fazer uma manif maior que a da Marinha Grande. Continuando.... Cada um que chegou carregou no mesmo botão com a seta para cima. Ouvi para aí umas dez vezes a frase “Eu também já carreguei e não fez nada”.

Finalmente o elevador parou e com apenas duas pessoas lá dentro. As regras de boa educação forçaram-me a sugerir que uma grávida acompanhada dos avós passasse à frente o que me fez esperar pela próxima volta. Sem exagero, desde que entrei no prédio já tinham passado uns bons cinco minutos!

Lá consegui entrar no elevador. O elevador deveria ter subido mas houve uma besta que carregou para a cave. Toca a descer. Entra uma senhora que carrega para o R\C ou seja passados quase dez minutos estava exactamente no mesmo sítio quando cheguei. A pé dava para ter chegado ao 10º andar e voltar!

Parei no primeiro, no segundo as portas abriram e fecharam três vezes por casa de um casaco de uma velha extra-cheirosa. Por falar nisso devia haver para além dos detectores de fumos nos elevadores, detectores de excesso de perfume: “Por favor señora terá que poner los butes para fora déste elevador. Estás insuportável, conho!” Suponho que muito marido chegue a casa e leve na tromba só por ter feito dois andares ao lado de uma velha destas... a verdade soa sempre a desculpa...

Lá chego ao meu andar depois de ter servido de “xófer” a umas dez pessoas. Algumas até se despediram e agradeceram...Simpáticas...

A cereja no topo foi ter de descer novamente porque entretanto era hora de almoço, mas isso são pormenores...

Passados vinte minutos cheguei a uma conclusão:
Acho mal que os elevadores funcionem à espanhola. Para mim era, quem chegou primeiro, sai primeiro porque isto de ficar refém num elevador espanhol é degradante. Já agora sugiro que mandem todos um mail à Amnistia Internacional para pedirem para proibirem elevadores com música de Vangelis. Aplique-se a Convenção de Genebra porque um bom psicólogo sai caro!

posted by Dimitri Apalpamos @ 4:13 da tarde,




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