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O Zarolho

08 julho 2005

A arte de mictar

Houve muitas coisas que aprendi com os meus pais. Uma delas foi para não mijar no tampo da sanita.

“Não te esqueças de levantas o tampo!” –dizia constantemente a minha mãe. Ela dizia isto tantas vezes que para mim esta é uma das frases pilares ( eu agora podia fazer um trocadilho...) da minha educação. Acho mesmo que aos 9 anos já era um evitador profissional de pingos nos tampos. Foi preciso muito treino de pontaria, mas passado um tempo percebi que levantar o tampo dava-me um alvo maior e evitava discussões com a ala feminina lá de casa. Não foi assim tão difícil. Também comecei muito novo a aprender o ofício...

Hoje em dia esta arte está perdida. Já experimentaram ir a uma casa de banho do café do vosso bairro? Para além de costumar haver papel higiénico em tudo quanto é sítio menos no rolo, é manchas amarelas por tudo quanto é lado. Pessoalmente, acho que aqueles anúncios por cima das sanitas e urinóis também não ajudam em nada. Só distraem. Estar com um pé no único centímetro quadrado seco existente e o outro em equilíbrio no ar a rir com as anedotas na parede só pode dar asneira. Coitados daqueles que têm de fazer mais do que mictar...

Mas porquê continuar com este sistema de tampos? Porque é que os tampos tem de estar para baixo? E se os tampos estivessem sempre para cima e quem quisesse, apenas com um bocadinho de pressão, baixava-o? Depois ele subia sozinho.
Já foi inventado, acho eu. O que já foi inventado foram aqueles tampos eléctricos com uma capas de plástico de saco de supermercado que rodam. Mas esses só servem para promover a falta de pontaria.

É pois altura de voltarmos à educação tradicional e ensinar as futuras gerações a urinar! Se se consegue ensinar matemática, também se consegue ensinar um pouco de etiqueta no acto. É verdade que perdemos uma ou duas gerações que continuarão a mijar incontrolavelmente, mas não vamos desistir. Ainda vamos a tempo de salvar os mais novos.

Por falar nisso, tenho saudades dos programas infantis educativos como o Batatoon. Eles lá tinham a personagem perfeita para se aproximar dos miúdos e ensinar a lição– o sapo Xixi.

Possível slogan promocional:
Quem acerta na pia de pé não é filho do Nené, olé!”

posted by Dimitri Apalpamos @ 11:52 da manhã,




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